Confesso que cheguei a invejar-lhes a vida ordeira e organizada. Aquele modo tão funcional de viver, alicerçado em aparências e conforme "deve de ser". Porque o parecer continua a estar acima do ser, e o dever acima do sentir. E depois percebi que sou apenas mais uma. Apenas mais uma dessas personagens que às vezes se esquece de viver a sua história e torna-se igual: sem ser, sem sentir, sem nada. E ai tenho a minha vida aparentemente tão funcional que arrasta consigo a sua alegria sonâmbula. Até que me lembro de Ser a minha história outra vez. Temporariamente.